O Conde de Farrobo - Memórias da sua vida e do seu tempo por Eduardo de Noronha, Edição Romano Torres, 1945.
22/23. São muitos os antepassados que autenticam a linhagem nobre dos Quintelas. Cito apenas quatro dos mais próximos. Padre Diogo Mendes Quintela, presbítero, licenciado em direito canônico e escritor que desenvolveu a sua atividade nos fins do século XVI, princípios do XVII; Dr. Inácio da Costa Quintela, procurador da rainha D. Maria Ana de Ásutria, mulher de D. João V, no século XVII; Agostinho Inácio da Costa Quintela, fidalgo da Casa Real e escritor, autor de um Tratado sobre as vinhas, publicado em 1800; Inácio da Costa Quintela, vice-almirante, ministro da Marinha, sócio da Academia das Ciências, membro do Conservatório, escritor, poeta e músico, comandante da corveta Andorinha, de vinte e quatro coronadas, de 18, que se bateu no dia 18 de Maio de 1801 com a fragata francesa Chifone, de 44 peças, e que o inimigo honrou pela galhardia e bravura com que defendeu a bandeira das quinas.
23/24. Do enlace de Valério José Duarte Pereira com D. Ana Joaquina de Quintela, nasceu em Lisboa, a 20 de Agosto de 1748, Joaquim Pedro Quintela. O pai possuía, herdado dos antepassados, o título de Cavaleiro-Fidalgo da Casa Real e cavaleiro de Cristo; fruía a propriedade do ofício de escrivão das apelações civis, das Ilhas, e dos crimes da comarca de Torres-Vedras, etc. A mãe provinha de lídima estirpe. Teve por avô paterno Belchior Araújo e, por pai, Joaquim Lobato de Araújo e Costa, irmão de Lucas José de Araújo Lobato de Abreu e Lima, ambos com o uso de brasão desde 1799, como registra o Arquivo Heráldico Genealógico. Aparecem constantemente Quintelas nos documentos oficiais e em publicações particulares; assim, por exemplo, acentuava-se que D. Teresa Soares se consorciou com Abílio Pires de Quintela. Noutra parte se inscreve que a condessa D. Maria Gertrudes Quintela foi senhora do morgado instituído por seu pai para ela. (1)
Referências de igual teor se leem no Nobiliário del conde D. Pedro e Nobiliário de Famílias de Portugal, de Felgueiras Gaio. Pertencia à Casa de Juste dos Abreus, senhores de Regalados, representados hoje pelos Siqueiras, Freires (S. Martinho). A mãe ostentava ressonante prosápia de aristocracia. O pai hauria existência de elevada nobreza forense, venerada e respeitada em todos os países e que entre nós se notabilizou por chanceleres e jurisconsultos de perdurável renome.
(1) As crônicas do reinado de D. Dinis já se referem à família dos Quintelas.
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